O filme, o musical e a nova percepção: The Waitress

Estou, há mais de uma hora, tentando decidir como começar esse post e a verdade é que até agora não cheguei a lugar nenhum. Na verdade, tudo que eu tinha planejado era falar sobre um filme fofinho que está virando um musical muito fantástico na Broadway com músicas de dois cantores que adoro (spoiler alert: Sara Bareilles e Jason Mraz) até que…

A primeira vez que eu assisti The Waitress (2007, no Brasil Garçonete) me lembro de ter sido meio que por hobby. Um amigo passou um tempão falando sobre como eu precisava assistir, que era um filme muito bom, e me emprestou o DVD. Eu não lembro muito bem, mas por algum motivo a lembrança que eu tinha dele é completamente fora da realidade.

copiado do tumblr

Resumidamente: é a história de uma garçonete/confeiteira, em um relacionamento cabulosamente abusivo, que engravida e tem um caso com o médico (que, btw, é casado). Como, COMO, COMO eu consegui acreditar que era um filme bonitinho-fofura-etc? Pergunta que mais passa pela minha mente nesse momento.

Entretanto, preciso explicar o que aconteceu nos últimos, sei lá, dois ou três meses. Nessa época aí, Sarinha começou a postar coisas nas redes sociais dela sobre esse projeto em que ela estava trabalhando, um musical, chamado The Waitress e eu, claramente, quis saber se tinha alguma relação com o filme. A resposta: sim. É uma adaptação do filme!

Quando o CD com as músicas saíram, eu protelei em ouvir. Nem sei direito o motivo, só demorei. Em uma época em que todo mundo estava falando incessantemente no Twitter sobre Hamilton (que eu, inclusive, demorei mais tempo do que isso para ouvir, embora tenha começado umas cinquenta vezes enquanto ainda trabalhava), eu estava com ânimo zero para qualquer coisa.

Até que, mês passado, enquanto fazia compras, eu decidi dar uma chance e, nossa! Sara nunca decepciona mesmo. De lá pra cá acho que já ouvi o CD completo umas vinte vezes, isso sem contar quando eu ouço uma ou outra música, das que eu mais gosto.

Talvez por isso eu tenha romantizado a história na minha cabeça: as músicas são doces e, se você não pára pra prestar atenção nas letras (ou mesmo quando pára, por exemplo, em Bad Idea), não passa tanto essa ideia. Mas, alerta, é pesado! Vou me aprofundar um pouco mais sobre o assunto.

(tem o show completo no Youtube, vem gente!)

A garçonete, Jenna, faz tortas, cujos nomes são “engraçadinhos”, inspirados na própria vida. Aí que ela descobre que está grávida, do marido abusivo. Tão abusivo que a gravidez aconteceu porque ele embebedou ela para fazer sexo (alerta de estupro! alerta de estupro! alerta de estupro!). O cara é completamente descompensado, recolhe todo o dinheiro (ou pelo menos é o que ele acha) que ela ganha, prendendo-a financeiramente. Exceto que ela vem, há algum tempo, escondendo parte do dinheiro, para tentar fugir. Mas ela engravida.

Por conta da gravidez, ela vai à médica que, oh-ow!, se aposentou e deixou um médico homem (gente, Nathan Fillion era muito novinho nesse filme!) em seu lugar. Apesar de desconfortável ela se consulta com ele e, bom, eles ficam amiguinhos. E a amizade evolui para algo mais: eles se beijam, ela se sente mal por isso e ele também, até que em um dado momento eles desistem de desistir, por assim dizer.

Não bastando, o marido descobre o dinheiro entocado e pede explicações. Ele chega ao nível de dizer pra ela mentir que o dinheiro era pra ela comprar um presente pra ele! Até que ela diz que era pra comprar coisas para o bebê. Ele acredita. E lá se vai todo o dinheiro libertador. Ok, não vou contar o resto pra não estragar, mas, assim, é um filme relativamente pesado de se assistir!

Não sei, mas eu fiquei meio mexida depois de ver o filme. Em um nível que eu não esperava! E, embora eu ainda esteja muito sentida por saber que muito possivelmente todo meu contato com o musical serão os snaps que a Sara compartilha na conta dela (sigam, é maravilhoso!) e as músicas do CD, no fundo no fundo uma parte de mim ainda pensa que não daria muito conta de assistir uma produção disso sem sair muito emocionalmente abalada.

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