(Mas eu passei as últimas 5 horas sentada em um banco de madeira desconfortável pra cacete, tentando colocar isso aqui em ordem)
Eu sei que essa não é a primeira vez que eu escrevo um post com esse título, independente de onde. E apesar de ele ser uma reprodução direta do nome de um filme da Clarice Falcão, as semelhanças param por aí.
Esse blog nasceu, na minha cabeça, lá em 2014. Na internet, ele surgiu em 2016 e até dezembro do ano passado ele tinha exatamente a mesma carinha:
Dá pra ver, por exemplo, que na minha última atualização de bio eu ainda tinha 27 anos (kkkrying) e a carinha, meio mambembe, era proposital.
Eu tive meu primeiro blog em 2003 e, naquela época (falando como uma senhora de 97 anos), os blogs eram diários virtuais: você escrevia sobre seu dia, usava mil gifs com glitters, tinha um tocador de .midi, etc e tal. Então, lá em 2016 minha ideia era ter um blog com essa pegada de diário, esse era o plano.
Mas eu tinha me envolvido com uns negócios aí (marketing digital) e fiquei na pira de que tinha que fazer posts com CTAs e engajamento e Google Analytics e o batman cor-de-rosa. Stupid!
Acontece que, em mais um momento de desemprego (aparentemente esse é o motivo de existência desse blog, talvez eu deva levar isso pra terapia), fiquei sem pagar a hospedagem e perdi tudo. Não só daqui, mas também do Jornalistando, que por tanto tempo foi meu bebê e grande orgulho. Oh well…
Graças ao universo existe o Wayback Machine e eu consegui catar um snapshot do Manual. Foi por isso que eu passei as últimas horas, sentada num banco de mandeira desconfortável, recriando post por post, arrumando fotos, vídeos, links, etc. Mas, de novo, ainda bem que o WM existe.
Já são, praticamente, 7 anos desde meu último post. E reler os posts me fez pensar em muita (muita!) coisa. Mas, talvez, a mais importante delas é que… talvez eu devesse voltar a escrever aqui. Especialmente agora que estou em um sábatico (auto-inflingido à força) de redes sociais. Talvez seja um bom escape. Talvez seja uma forma de me motivar, como eu escrevi certa vez.
E, talvez, o que mais me motivou a voltar a escrever, foi perceber que a Liz de 7 anos atrás já entendia tão bem o que eu to sentindo, de novo, hoje. Nas minhas próprias palavas:
Eu sei que pode parecer uma coisa bem besta, mas isso está colaborando bem para o meu sentimento de que ultimamente eu não consigo terminar nada. Acho que isso é uma das coisas que me faz mais sentir saudades de trabalhar: eu sentia que, todos os dias, eu completava dezenas e dezenas de pequenas tarefas, e isso fazia com que eu me sentisse, não sei, um pouco mais útil no mundo, talvez?!
Eu sei exatamente quais são as principais diferenças entre o sentimento de hoje e o de sete anos atrás; sei bem porque hoje dói e incomoda bem mais. E estar no lugar que eu estou nunca vai deixar de ser desconfortável, porque é sobre muito mais do que isso.
Talvez voltar a escrever, aqui, seja uma forma de lidar com isso tudo (?). Não posso garantir, mas pelo menos acredito que pode render bons registros para a posteridade. Um dia, alguém vai poder ler e falar: “ah, então foi por isso…”
E tá tudo bem.