Mais cedo (bem mais cedo, na verdade), eu tava pensando sobre como é confuso escrever, ao mesmo tempo, sobre o dia anterior e o dia “atual”, em mesmo pé, como se fosse tudo um dia só. A minha ideia quanto aos posts do desafio serem sempre retroativos era simples: dava tempo pra eu me organizar, arrumar as fotos “bonitinhamente”, elaborar internamente o conteúdo do texto, toda essa coisa. Mas aí veio o assunto diário, o cotidiano, as novidades que perdem o timing se deixadas para outro dia/momento.
Hoje mesmo, por exemplo, eu não poderia deixar de falar sobre o Pokémon Go, principalmente porque daqui um ou dois dias, por mais que o vício das pessoas continue (ou aumente!), já vai ser notícia antiga (vivemos na era da Internet, do Twitter, das que vão embora tão rapidamente quanto vieram).
Acontece que nessa brincadeira de comida-de-ontem-assunto-de-hoje, eu estou 100% sem noção de tempo, sem saber qual o dia da semana e lutando contra mim mesma pra sobreviver ao mar de sono que me acomete (hoje, parcialmente, justificado).
A gente trabalha, mas a gente se diverte
Se tem uma lembrança que eu trago desde o primeiro dia nesse meu novo emprego é de todo mundo conversar sobre o lançamento do Pokémon Go. Veja só, um mês atrás (amanhã completo exatamente um mês de empresa!), nós já estávamos falando sobre isso. Alguns mais do que outros. Nas últimas semanas, então, o assunto era sempre esse. O Luis, desenvolvedor front end, dizia todos os dias que “se o Pokémon sair amanhã, eu venho à pé trabalhar”. E nada do Pokémon sair.
Aí que ontem, no meu horário de almoço eu vi uma matéria que afirmava, com fontes da assessoria de imprensa da Niantic (a desenvolvedora do jogo), que o jogo seria disponibilizado ainda naquele dia. (Ontem foi quarta? Socorro, Braseel, não sei onde estou!) No metrô, voltando pra casa, as mensagens começaram a pipocar no grupo. Houve até mudança no nome do grupo de trabalho!
Mas ontem meu dia foi cheio e minha última preocupação era com caçar bichinhos em realidade virtual. Já hoje… Hoje eu capturei três pokémons no curtíssimo espaço percorrido entre a parada de ônibus e o meu trabalho (o que pode ter me custado bem uns 10 minutos de atraso…) e daí, na hora do almoço, a brincadeira ficou séria. 10 minutos de almoço e eu e o Luis saímos para ir ao parque Olhos D’Água, um parque que fica bem próximo de onde a gente trabalha e que constava no mapa como uma mina de pokéstops e outros itens. Lá fomos nós!
Foram 45 minutos de andar no meio das trilhas, fazer amizade com outras pessoas (como a mocinha que queria saber o que ela tinha que fazer em um pokéstop que tinha onde ela estava – ela de um lado da cerca e nós do outro, dentro do parque -. Resposta: só rodar a bolinha da imagem até que ela libere seus itens de prêmio) e encontrar vários bichos (reais ou não). A gente encontrou até um pica-pau (e o que pode ter sido uma cobra ou um calango, não quis pagar pra ver).
Voltamos ao trabalho com, pelo menos, mais meia dúzia de pokémons, centenas de pokébolas e alguns quilômetros andados (o que não valia tanto na questão de chocar os ovos, porque como aprendemos com outro amiguinho treinador, para chocar os ovos, o jogo só contabiliza andar em “linha reta” – ou seja, se você, como nós, ficou andando em círculos, não adianta muita coisa).
e tinha um pokémon em cima da minha mesa no trabalho
10 minutos de “almoço”
O dever me chamou e eu fui caçar meus pokémons. O que foi bom, também, porque eu tinha negligenciado completamente o fato de que eu precisava fazer comida, caso contrário ia ter que acabar almoçando cup noodles hoje. Resultado: almocei cup noodles. O que, tecnicamente, não é exatamente uma violação às regras do desafio (eu tive que esquentar a água pra preparar o macarrão? e eu não o comprei especificamente porque não tinha comida, mas eu o peguei no armário de casa? Enfim…)
Isso não quer dizer, oh meu caro leitor, que não teve comidinha e que eu trapaceei fortemente, ainda no começo do desafio. Nananinanão! Muito pelo contrário. Não teve comida o suficiente pra levar de almoço, mas teve comida em casa. Ou melhor, teve lanchinho.
Se não tem tu, vai tu mesmo
Aqui em casa é “tradição”: a gente come pizza, praticamente, toda semana. Em geral, às terças-feiras porque é dia de pizza em dobro na Domino’s e, sério, vocês já comeram o dipps de canela deles? Such a heavenly way to die. E, sim, isso pesou quando eu decidi ficar sem comer fora. Como é que vive sem isso?
Então a gente precisava de planos alternativos, que iam desde a pizza congelada da Sadia, que já salvou muita bebedeira nessa casa, até fazer a nossa própria pizza (o que pode até ser que a gente tente novamente, mas as últimas várias tentativas não foram tão bem sucedidas quanto deveriam. A resposta veio em um formato singelo, mas cheio de história na nossa vida: pizza de frigideira.
Já comi muita pizza de frigideira. Muitas vezes, por diversos motivos, em diferentes épocas da vida. A mais recente remete ao começo do meu namoro com a Lari. Mais especificamente ao dia em que ela foi lá em casa conhecer minha mãe. Eu perguntei se ela estava com fome e fui fazer a pizza pra gente. Estávamos sentadas na bancada da cozinha que fica de frente para o quarto da minha mãe, e ela comendo com os olhos na porta. Olhando hoje, assim, é engraçado, mas na época foi tenso. Acho que a escolha do “prato” teve um quê de nostalgia, de lembrança, de resgate… Sei lá.
Mas como é que é isso?
É simples (e, mais uma vez, não tem receita, mas dessa vez a explicação é mais simples: não tem o que medir, é só jogar os ingredientes e ser feliz): existe uma massa pré-pronta, refrigerada, que vem em um saquinho escrito “Massa para pizza de frigideira”. Se é para comparar, parece um pouco com aqueles Rap10, mas nem se compara (e olha que eu gosto de Rap10).
essa meleca com o molho é a prova de que eu reprovei quando tava na pré-escola (ou de que sou incompreendida em meu próprio tempo)
Por que não existe receita? Porque você vai pegar uma massinha dessa, passar molho de tomate (ou usar o catchup como substituto. Recomendo, inclusive), colocar os recheios/sabores que você quer na pizza, colocar na frigideira, abafar, dar umas checadas de vez em quando e cuidar para não queimar. Depois disso é só pôr no prato e comer.
Vamos dar a minha opinião ~profissional~: quando você abafa a pizza (no caso coloca uma tampa sobre a frigideira), o calor fica retido ali dentro, assim a pizza cozinha por inteiro, derretendo o queijo (pizza sem queijo é uma infâmia, ok?!) e “ativando” a crocância da massa.
Matou a fome?
A fome matou, a vontade ainda persiste. Porque apesar dos pesares é uma coisa bem diferente. Pense em uma pizza, com aquela massa saborosa, cheinha, aquele monte de recheio… e daí você tem uma pizza fininha, em todos os sentidos, que a massa é quase que um pão folha. Frustra, gente. Mas serve pra encher o bucho, feliz.
Larissa, famintinha, comeu duas, inclusive.
Fim de semana tá chegando
Eu sei que, via de regra, meus posts tão terminando ali, na avaliação sobre matar ou não a fome, mas aí que eu tive outro pensamento interessante: o fim de semana tá batendo aqui na porta e isso é um problema. Muito pelo fato de que fim de semana a gente quer é descansar, ficar com as perninhas pra cima, tendo que sair de casa, quando muito, pra buscar o delivery na portaria. Mas essa semana não tem delivery. Só que precisa ter comida gostosa!