Nostalgias de um céu azul

Essa é a primeira vez que eu posto aqui pelo celular, mas a verdade é que alguns dias fazem com que a gente tenha que escrever, independente da situação. 

Hoje, por exemplo, meu ímpeto criativo foi ativado pelo gatilho do transporte público. Andar de ônibus sempre me faz pensar demais, mesmo quando eu tô com o tempo apertado, mesmo quando o ônibus fica dando voltas e voltas e voltas…

Acontece que hoje o dia amanheceu com o céu azul de doer dentro dos olhos, com um sol quentinho na quantidade certa e com um vento que bagunça o cabelo do jeito certo para dar um movimento, sem transformar tudo em um grandessissímo nó. Um dia assim que faz meu coração doer de  saudades da Califórnia.

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É, pois é, a nostalgia tem sido forte nesses últimos tempos. Principalmente por pensar que em um dia cinematográfico como esse eu vou passar as próximas seis horas e vinte minutos confinada em uma sala gelada, em um emprego que paga as contas mas dói no peito, com uma vontade louca de jogar tudo pro alto e correr.

Eu sinto saudade das conversas filosóficas sentada no balanço (ou só de ouvir música me balançando, enquanto pensava na vida), sinto saudade de deitar na grama e olhar pro céu, fazendo nada por horas a fio, sinto falta de sair numa tarde e enfiar os pés na areia, até a água gelada bater e eu sair, correndo, rindo e pulando. (ah, a água do Pacífico)

Hoje meu coração ficou fundo. Um buraco no meio dele, que mesmo o sol na temperatura perfeita não consegue esquentar. Hoje eu fiquei com birra do céu azul, do vento, do sol… Hoje eu fiquei com raiva de não poder estar lá.

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