(Mas eu passei as últimas 5 horas sentada em um banco de madeira desconfortável pra cacete, tentando colocar isso aqui em ordem)
Eu sei que essa não é a primeira vez que eu escrevo um post com esse título, independente de onde. E apesar de ele ser uma reprodução direta do nome de um filme da Clarice Falcão, as semelhanças param por aí.
Esse blog nasceu, na minha cabeça, lá em 2014. Na internet, ele surgiu em 2016 e até dezembro do ano passado ele tinha exatamente a mesma carinha:
Dá pra ver, por exemplo, que na minha última atualização de bio eu ainda tinha 27 anos (kkkrying) e a carinha, meio mambembe, era proposital.
Eu tive meu primeiro blog em 2003 e, naquela época (falando como uma senhora de 97 anos), os blogs eram diários virtuais: você escrevia sobre seu dia, usava mil gifs com glitters, tinha um tocador de .midi, etc e tal. Então, lá em 2016 minha ideia era ter um blog com essa pegada de diário, esse era o plano.
Mas eu tinha me envolvido com uns negócios aí (marketing digital) e fiquei na pira de que tinha que fazer posts com CTAs e engajamento e Google Analytics e o batman cor-de-rosa. Stupid!
Acontece que, em mais um momento de desemprego (aparentemente esse é o motivo de existência desse blog, talvez eu deva levar isso pra terapia), fiquei sem pagar a hospedagem e perdi tudo. Não só daqui, mas também do Jornalistando, que por tanto tempo foi meu bebê e grande orgulho. Oh well…
Graças ao universo existe o Wayback Machine e eu consegui catar um snapshot do Manual. Foi por isso que eu passei as últimas horas, sentada num banco de mandeira desconfortável, recriando post por post, arrumando fotos, vídeos, links, etc. Mas, de novo, ainda bem que o WM existe.
Já são, praticamente, 7 anos desde meu último post. E reler os posts me fez pensar em muita (muita!) coisa. Mas, talvez, a mais importante delas é que… talvez eu devesse voltar a escrever aqui. Especialmente agora que estou em um sábatico (auto-inflingido à força) de redes sociais. Talvez seja um bom escape. Talvez seja uma forma de me motivar, como eu escrevi certa vez.
E, talvez, o que mais me motivou a voltar a escrever, foi perceber que a Liz de 7 anos atrás já entendia tão bem o que eu to sentindo, de novo, hoje. Nas minhas próprias palavas:
Eu sei que pode parecer uma coisa bem besta, mas isso está colaborando bem para o meu sentimento de que ultimamente eu não consigo terminar nada. Acho que isso é uma das coisas que me faz mais sentir saudades de trabalhar: eu sentia que, todos os dias, eu completava dezenas e dezenas de pequenas tarefas, e isso fazia com que eu me sentisse, não sei, um pouco mais útil no mundo, talvez?!
Eu sei exatamente quais são as principais diferenças entre o sentimento de hoje e o de sete anos atrás; sei bem porque hoje dói e incomoda bem mais. E estar no lugar que eu estou nunca vai deixar de ser desconfortável, porque é sobre muito mais do que isso.
Talvez voltar a escrever, aqui, seja uma forma de lidar com isso tudo (?). Não posso garantir, mas pelo menos acredito que pode render bons registros para a posteridade. Um dia, alguém vai poder ler e falar: “ah, então foi por isso…”
Por um dia eu não acerto o prazo de um mês desde a última vez em que eu postei aqui. Inclusive, com o primeiro arquivo do Demission Files, sobre Tudo Acontece em Elizabethtown. Não é como se nesse um mês eu tivesse virado uma pessoa evoluída e, com isso, parado de assistir coisas repetidas e fazer associações malucas dentro da minha cabeça. Muito pelo contrário.
Eu assisti dezenas de coisas, apesar de a grande maioria ter sido pela primeira vez (já me viu falando sobre The Bold Type?), mas por milhares de motivos não vim aqui e escrevi sobre, nem compartilhei minhas doideiras. Até que hoje (na verdade, ontem à noite) me deu vontade de rever um desses filmes, um brasileiro.
Não se fazem mais filmes como antiga…bleh!
Não vou começar com esse mimimi que vai me fazer soar mais mimada e millennial do que a minha intenção, mas a verdade é que há muito tempo eu não vejo uma comédia brasileira que me comova e que me impacte tanto. A última foi Os homens são de marte e é pra lá que eu vou e perdoem-me, mas acho que grande parte de eu ter gostado deste filme foi a situação: o dia, o cinema, a companhia. O filme, em si, foi um adendo, uma pecinha do quebra-cabeças.
Anterior à esse, meu filme brasileiro preferido é Muito Gelo e Dois Dedos de Água e eu já devo ter falado sobre ele em algum dos meus milhões de blogs (então talvez eu procure o texto perdido, talvez não). Mas não foi esse o filme do dia. Hoje foi dia de re-assistir A Partilha. (E agora, pensando bem, vejo uma coisa em comum nos dois filmes: Paloma Duarte #meliga.)
Enquanto assistia, conversei com umas amigas e questionei o fato de o Miguel Falabella não estar mais produzindo umas coisas assim… Como eu posso dizer… Que dão vontade de assistir. Não sei se foi só porque alguma coisa aconteceu e ele achou melhor deixar pra lá essa vida, ou se – como mencionou uma das meninas – ele só tenha sido vetado de prosseguir com projetos igualmente interessantes.
Não precisa de apelação
A partilha conta a história de quatro irmãs, após a morte da mãe (alerta de que até agora a morte têm sido tema recorrente nos DF), que precisam, desculpe ser óbvia mas, fazer a partilha dos bens deixados pela mãe. São quatro irmãs completamente diferentes: a filha que se apaixonou por um homem e foi morar em Paris sem olhar pra trás (Lúcia, interpretada por Lilia Cabral), a dona de casa que se casou com um militar e mora na Barra da Tijuca de forma rígida e restritiva (Selma, Glória Pires), a filha zen calma com filhos adolescentes que sequer aparecem no filme de verdade (Regina, Andréia Beltrão) e a filha mais nova jornalista-incompreendida-ovelha-negra-da-família (Laura, Paloma Duarte – identificação em 100%, crush de 95%).
Passados os trâmites de enterro, elas precisam decidir o que fazer com os bens materiais, principalmente com o maior deles: o apartamento. Ah, e com a babá que viveu com a família durante toda a vida. Elas podem não concordar em muita coisa (e como não concordam!), mas a venda das coisas é algo que consegue unir quase todas, porque, no fim das contas, é algo que vai “beneficiar” à todo mundo.
Lúcia não vai precisar mais viver exclusivamente às custas do marido, Regina vai poder levar uma vida mais confortável (já que é dito que ela se formou em psicologia, mas terminou vendendo sanduíche natural) e Laura vai poder ir pro exterior fazer seu doutorado (o que não fica muito claro, mas como na melhor cena do filme ela chega com uma tese – que eu assumo ser de mestrado – nos resta a opção doutorado).
Mas Selma não pensa assim. Ela não quer se desfazer. Das coisas, das memórias, das irmãs… Ela acredita que uma vez que tudo seja finalizado, será o fim “delas”, também, até porque, o que as mantinha unidas era a mãe e agora isso se foi.
O roteiro…
Assumo: eu sou uma idiota por roteiros bem escritos, com pitadas de humor para quebrar com a seriedade, sem a necessidade de ser apelativo; com monólogos tão coesos que eu poderia passar o dia ouvindo só aquele trecho e, ainda assim, ser remetida dentro de mim ao conteúdo total do filme. Falabella faz isso nesse filme uma, duas, três, dezenas de vezes, e eu não me canso. Simples assim.
É claro que existe alguma coisa em específico: mais ou menos aos 45 minutos de filme existe uma cena que me joga no chão e pisa em cima (e depois me pega pelas mãos e põe de pé), que é o que eu sempre espero ansiosamente enquanto assisto.
…e os monólogos
Na cena, sem voltinhas ou meias palavras, no meio de um ataque de raiva, Selma diz à Laura que foi questionada sobre a sexualidade da irmã. Com essas palavras: “Sabe o que a Simone me perguntou esses dias? Mamãe, a tia Laurinha é sapatão?”
E daí, se segura, porque se você não estiver pronto é só tapa na cara (ou tiro, porrada e bomba pra ser mais atual). Laurinha não foge do embate. Muito pelo contrário, talvez pela primeira vez em toda sua vida, Laura rasga o verbo e fala tudo que tem que falar, com as palavras mais “baixas” até chegar ao seu nível acadêmico de olhar as irmãs e falar que tudo que ela teve foi sempre na rua, não foi dentro de casa, uma vez que elas estavam sempre muito ocupadas com suas próprias vidas. E eu amo Laura com todas as minhas forças nessa hora (até com forças que eu não tenho).
Eu gosto de mulheres. Eu sou sapatão, eu sou sargento, fanchona, lésbica. Eu colo o velcro, eu gosto de colocar arranha pra brigar.
Vocês não me entendem mesmo. Pra vocês eu sempre fui aquela coisa esquisita, incômoda. Como eu quis ser igual à vocês! Eu cresci brincando sozinha nesse apartamento, e vocês se arrumando pra sair, e vocês fofocando e vocês discutindo. Sobre as festas, sobre os homens, sobre os vestidos… Blearghhhhh!
E eu? Com quem que eu ia conversar? A minha família, as minhas amigas, as minhas mulheres… eu tive na rua. Não foi aqui, não. Aqui eu sempre tive muito sozinha. Nenhuma de vocês nunca correu pra mim quando eu precisei. Aliás, nem sequer notaram que eu tava precisando. E eu precisei muito de vocês.
À parte disso, você deveria assistir
Minhas opiniões e questões pessoais de lado, eu sempre acho que A Partilha é um filme que deveria fazer parte do repertório de qualquer pessoa, principalmente brasileiros. Ele te deixa tenso pra, em seguida, quebrar a tensão com uma besteira qualquer, sem perder o ritmo e o jeito do roteiro.
Suas personagens, das principais às mais insignificantes, são bem desenvolvidas – e olha que eu estou contando neste bolo o repórter que está cobrindo o velório adjacente ao da mãe delas e depois dando umazinha no apartamento com Regina e o xamã que engravida a discípula porque ela foi “a escolhida”.
(ou eu deveria, de novo)
A Partilha é um filme que consegue me desopilar por algumas horas (às vezes, até, alguns dias). Um filme que me deixa falando com seus bordões por dias (vide que troquei minha bio do Twitter pessoal, enquanto assistia). É um filme que consegue me tirar do fundo da bad e rir, por mais tosco que seja o motivo.
Mas, mais do que isso: é um filme que me faz ter vontade de pegar partes dos diálogos e espalhar por aí, mostrar para as pessoas, usar como indireta (se for preciso). Me dá vontade de passar o dia re-assistindo no volume máximo e falando, junto com as personagens – porque eu sei, frase a frase do que é dito.
Sem esquecer da cena emblemática
Embora a cena mais emblemática e importante do filme sejam a que eu descrevi acima e a do término da Laurinha com a namorada (interpretada pela Guta Stresser), as duas cenas são completamente pessoais, pra mim. Por isso mesmo eu sei que a cena emblemática do filme, é outra.
É quando as irmãs finalizam, de fato, a partilha. Quando elas saem do restaurante e caminham pela beira da praia com uma garrafa de BANI (bebida alcoólica não identificada), conversando e cuidando umas das outras, até que um zepelim (haha o começo dos anos 2000) começa a tocar Dancing Days, d’As Frenéticas, bem em cima de onde elas estão e elas dançam. Com direito à coreografia e pôr-do-sol cinematográfico de presente.
Tem até um vídeo de ensaio dessa cena, no Youtube (mas, acho que, na época era extra do DVD):
Demission files é um projeto motivado pela minha atual situação empregatícia (?) e um padrão de reassistir às coisas milhares e milhares de vezes. Para entender mais, dê uma olhada neste post.
Dia desses, no meio da insônia eu resolvi re-assistir ao meu filme preferido. Sim, preferido. O filme que se eu tiver que levar pra uma ilha deserta será ele. O filme do qual eu usei uma citação quando tive que fazer uma certa apresentação na empresa em que eu estava empregada até um dia desses. O filme que as pessoas amam odiar.
Eu amo Elizabethtown e vou defendê-lo com quantas palavras forem necessárias.
Mas, antes, um pouquinho de história.
O que é e/ou qual o problema com Elizabethtown?
Elizabethtown foi dirigido por Cameron Crowe, um cara foda e também responsável por outro filme que eu amo de paixão: Quase Famosos (mais sobre isso, num futuro não muito distante). Daí, lá em 2007, dois anos depois do lançamento do filme, um crítico chamado Nathan Rabin, escrevendo para o AV Club, decidiu fazer uma maratona de filmes em março e escrever sobre eles. E o primeiro filme da lista foi… exato! Elizabethtown. E, além de todas as opiniões de que o filme já era “amaldiçoado” pelo fato de Ashton Kutcher e Jane Fonda terem se recusado a participar, ele fala da Manic Pixie Dream Girl, um termo que teoricamente ele mesmo cunhou (inclusive, aparentemente nesse exato texto, apesar de ele mencionar que a personagem da Natalie Portman em Garden State se enquadra na categoria – outro filme que eu adoro).
Mas eu não vou discutir esse mérito. Eu não vou falar de MPDG e de quão nocivo isso é para as mulheres e como o cinema usa e abusa desse recurso, porque esse não é o caso. Se você quiser ler o texto que Rabin escreveu é só clicar aqui.
Eu quero falar de Elizabethtown
Do meu filme preferido que as pessoas (ou grande parte das pessoas) odeiam.
Quando eu gosto de um filme eu assisto ele várias vezes. Não, não estou falando de 5, 8 vezes. Eu estou falando de 50. A Bela e a Fera, por exemplo, minha animação favorita da Disney, eu já assisti mais de 200 vezes e eu sei disso porque até alguns anos atrás a locadora que eu alugava filmes quando criança ainda tinha esse registro.
Apesar disso, Elizabethtown foi um filme que eu assisti várias vezes, seguidas, e depois parei. Vez ou outra eu revisitava, principalmente quando ainda tinha na Netflix (you son of a not good person). Mas, dia desses, eu tive insônia, mesmo tomando remédio para dormir. E decidi procurar um filme “levinho” desses para assistir, porque ajuda a minha cabeça a relaxar o que, consequentemente, me faz ter mais facilidade em dormir.
Em geral, eu assisto Legalmente Loira, Miss Simpatia, ou qualquer coisa dessas que eu sei que não vão me fazer chorar (e que tenho quase certeza de que ainda vão aparecer por aqui, uma hora ou outra). (motivos pelos quais eu não assisto, por exemplo, Lilo & Stitch ou filmes da Disney, em geral, nessas horas). Mas, depois de algum tempo rolando a tela do celular no Stremio, Elizabethtown apareceu.
E foi assim.
Foi assim que, mesmo assistindo pela quinquagésima nona vez, eu vi o filme com outros olhos. Com olhos de quem tava pouco se fodendo para a Drew&Claire. Com os olhos de quem acabou de ser demitida e não consegue parar de falar, pensar, sonhar e qualquer coisa com o assunto. Eu comecei a assistir ao filme com os olhos de alguém que fracassou.
E se você, caro leitor, nunca assistiu Elizabethtown (o que você está fazendo aqui que não foi assistir ainda? Mentira! Espera o texto terminar, não tem spoiler), eis as primeiras frases dele:
Alguém disse uma vez que existe uma diferença entre um fracasso e um fiasco. O fracasso é apenas a falta de sucesso. Qualquer idiota pode fracassar. Mas um fiasco… Um fiasco é um desastre de proporções míticas. Um fiasco é uma lenda, contada para que os outros se sintam mais vivos.
Sim, meus olhos se abriram novamente bem aí. Nesse quase inotável (?) começo de filme, quando, no cinema, você ainda está pegando a pipoca, se arrumando na cadeira e colocando o refrigerante no apoio de copos. Narro a cena, também: Drew, o protagonista, está entrando na empresa, onde todos sabem que ele não só fracassou mas foi responsável por um fiasco. São aqueles olhares desviados, os cochichos de canto de boca, a sensação desagradável de estar ali depois do acontecido. Essa seria eu, na última quinta-feira, quando precisei voltar ao escritório para dar baixa na minha carteira e homologar minha demissão.
Nos últimos dias eu vim me sentindo um fracasso, mas fui pintada como um fiasco. E a verdade é que nem um dos dois é verdade. Eu não fui um fiasco, e nem fui um completo fracasso. Mas eu me sinto fracassada porque eu dei meu sangue, mesmo nos piores dias.
O que embala a história e os dias
Elizabethtown tem, também, um fator muito importante e característico dos filmes de Crowe: a trilha sonora. A trilha sonora oficial do filme conta com dois cds (desculpa, gente, mas era 2005, cds ainda estavam em alta) e um total de 31 músicas, além do score original. São as músicas que dão os tons e as passagens dos momentos do filme.
Enfim, o filme conta a história de Drew, esse cara que teve um fiasco com o design de um tênis que custou, praticamente, U$1 bilhão à empresa e, claro, ele está sendo demitido. Não bastando, ele recebe a notícia de que seu pai morreu enquanto visitava a família em outro estado. Sua missão é buscar o corpo em Elizabethtown, no Kentucky, para ser enterrado em Oregon, onde ele, a mãe e a irmã moram.
No vôo de ida ele conhece Claire, a aeromoça super prestativa, mpdg, etc etc. Mas, como eu disse, dessa vez eu não assisti ao filme com os olhos de Drew&Claire ou qualquer outra coisa. Eu assisti com os olhos do fracasso, ou melhor, da sensação de fracasso. Eu engoli a seco, um momento importante da conversa entre ele e a Claire:
Então você fracassou. Ok, você realmente fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você fracassou. Você acha que eu me importo com isso? Eu entendo. Você quer ser muito bom? Então tenha a coragem de fracassar gigantescamente e seguir em frente. Faça-os se perguntarem porque você ainda está sorrindo.
Prestem atenção à essa última frase por um simples motivo: foi essa a frase que eu coloquei na minha apresentação. É essa a frase que tem me dado uma certa força de entender que uma hora vai ficar tudo certo e beleza, bola pra frente. Talvez tenha até sido para melhor. E, é claro, quinta-feira, quando eu tive que ir lá, homologar minha demissão e encarar todas as pessoas como o Drew fez, eu não fui de cabeça baixa. Pelo contrário. Eu fui com o coração aberto para poder me despedir de pessoas que foram e são importantes para mim. Pessoas que me ensinaram, pessoas de quem eu aprendi a gostar. Eu decidi, por ter isso na cabeça, que não ia deixar ninguém me olhar com pena. Assim como eu não deixei ninguém me ver chorar quando eu fui demitida (exceto meus dois amigos).
E o que importa é que, depois do “corpo recuperado”, Drew resolve fazer a viagem de carro que ele e o pai adiaram por anos. Ele e as cinzas do pai. Com um mapa criado por Claire. Um mapa detalhado que, olha, deve ter dado um trabalho do cão, já que envolvia mixtapes, paradas estratégicas e um monte de outros detalhes cinematográficos, porque, afinal de contas, ainda é um filme e ela é a mpdg dele.
Aceite seu fracasso (real ou não)
Em dado momento, e essa é uma parte importante, Drew pára pra comprar a revista para a qual ele deu uma entrevista sobre seu fiasco, cof cof cof sem nenhuma pressão do ex-chefe cof cof cof. E aí vem a segunda parte mais importante do filme no que concerne o fracasso. Nas palavras da Claire:
Você tem cinco minutos para sentir este sofrimento. Aproveite. Abrace-o. Deixe-o ir… E prossiga.
Ok, Claire. Talvez para o Drew os cinco minutos tenham sido suficientes, mas não foi pra mim, porque nossos motivos foram diferentes. Foram necessários 5 dias, algumas latas de cervejas, um pacote de Bono, uma barra de chocolate, alguns litros de água com gás, alguns maços de cigarro, várias conversas, muitos textos, muitas lágrimas e vários pesadelos para chegar no ponto em que eu estou hoje. Mas acredito que, passada a quinta-feira, será cada vez mais fácil deixar ir.
E esse é o ponto. Ou o meu ponto, na verdade. Elizabethtown, à parte de todo o resto, pode ser lido como um filme sobre fracasso, sobre se reerguer. Sobre aprender com a perda. Sobre começar de novo. E, vocês me desculpem, mas puta que pariu, era exatamente o filme que eu precisava naquele momento, com a cabeça latejando, sem o menor sono. Era o filme que me faria confortável o suficiente para, creio eu, bater um novo recorde de palavras na minha newsletter, com um conteúdo muito mais otimista e pra cima (embora falando de fracasso) do que as últimas 3 ou 4.
A verdade é que o sentimento de fracasso vem da minha auto-cobrança. Vem da necessidade por aceitação. Vem da auto-estima que eu não sei onde vive, mas gostaria de encontrar. Porque eu não fracassei. Eu sempre tive bons resultados. E o que quer que as pessoas cochichem ou desviem os olhares é um problemas delas e não meu. Eu não fracassei. E eu consegui entender isso.
*pequena observação:
o texto original sobre Elizabethtown foi enviado, em primeira mão, sem cortes e/ou ajustes, na minha newsletter (que você pode assinar, clicando aqui). esta é uma versão editada (por diversos motivos) com a exclusão e inclusão de diversos detalhes.
Demission files é um projeto motivado pela minha atual situação empregatícia (?) e um padrão de reassistir as coisas milhares e milhares de vezes. Para entender mais, dê uma olhada neste post.
Parece que faz um ano. Oh, wait! Faz praticamente um ano desde o último post. E tanta coisa aconteceu, e tanta coisa mudou. Mas tanta coisa mesmo!
Só que isso não importa tanto, é a vida de adulto. Saí de um trabalho (porque a empresa fechou), fui demitida de outro (porque… rsrsrsrs) e estou oficialmente dando um passo para trás – prestes a entregar o apartamento em que eu e Lari moramos nos últimos dois anos – e voltar para a casa da minha mãe, para poder dar três passos para a frente – de um futuro ainda incerto, mas que vai ser melhor do que qualquer coisa que já houve por aqui.
Férias aconteceram
Há meses estou devendo a mim mesma escrever sobre nossas férias: 10 dias na praia – Búzios, Arraial e Cabo Frio. Dez dias se virando, dando risada, se arrebentando nas pedras de Búzios, ganhando marcas permanentes para contar histórias, conhecendo argentinxs, mergulhando em todas as praias, passando altos apuros. Dez dias que, eu sei o tamanho do clichê, mudaram minha vida e, certamente, têm influência em tudo que está acontecendo agora.
Mas esse não é o ponto. O ponto é que com o tempo vago dos próximos meses, eu quero voltar a escrever. A fazer aquilo que eu tanto amo e sinto falta, mas deixei de lado por falta de tempo, vontade ou tesão. Ontem, por exemplo, foi um dia incomum no meio dos últimos 4 meses: eu sentei e escrevi. Botei pra fora um milhão de coisas, minhas, por mim, pra mim. Foi um alívio em 12 mil palavras, mais ou menos. Inclui-se aí, o pitch maravilhoso que a Lore me passou pouco mais de 15 dias atrás. Esse saiu tão suave que eu até estranhei.
Saiu, também, umanewslettercom meu recorde de palavras (duas mil e qualquer coisa), sobre tudo que aconteceu na última semana, mas, basicamente, sobre como eu amo e venero Elizabethtown (sim, o filme do Cameron Crowe). O filme que eu re-assisti na madrugada de domingo para segunda, quando a insônia decidiu que, ei, você não precisa dormir.
E daí, ontem, na mesma insônia, eu re-assisti O sorriso de Mona Lisa que, por muito tempo, foi um filme que eu assistia com frequência. E foi daí que surgiu a ideia, e até o nome, para o Demission Files. Em geral, eu costumo deixar esses filmes (ou até mesmo séries), no background, enquanto eu faço alguma coisa “mais importante”. Porque são coisas que eu já consumi, muitas vezes que eu sei de cor diálogos e cenas inteiras. Mas, nos últimos dias, tenho olhado pra eles com outros olhos (ou melhor, com outra atenção).
Demission Files will be here
Essa é a ideia, de forma resumida: escrever sobre esses filmes, livros, séries, músicas, qualquer dessas coisas que eu esteja consumindo pela milésima vez, sob meus olhos recém-demitidos e ainda um pouco sem foco. É como se, na verdade, eu estivesse aprendendo a refocar. And that’s awesome!
À parte disso tenho em mim todos os sonhos do… não, pera, essa é outra coisa. À parte disso, tenho focado bastante em coisas que são importantes pra mim. Como o blog secreto™, a newsletter (a qual eu bravamente encorajo vocês à assinarem), e as coisas que tenho organizado de fazer para colocar a cabeça e todo o resto no lugar (muito embora, nesse exato momento, tudo que eu consigo pensar é que eu preciso vender uma cama e um sofá e não sei como isso vai acontecer, mas vai).
Bem-vindos à 2017! Bem-vindos à mais um ano de tentar ser adulta (e de tentar não falhar miseravelmente mais uma vez).
Não é exatamente como se eu tivesse voltado, mas vou contar que estou criando o costume de escrever, então um dia atípico, como ontem, que me fez não postar direito, me deu uma dorzinha no coração, como se eu estivesse traindo a sua confiança, querido leitor-fantasma.
Ontem a vida adulta foi demais para lidar e acabou que eu não consegui postar. Desculpe por isso! Logo ontem que eu tinha um monte de coisa legal, já que domingo a gente fez comida e pães de mel. Mas tudo bem, ficou pra hoje.
Ah, só pra contar, hoje eu dirigi sozinha pela cidade. Sozinha. Mesmo com o trânsito horrível que estava, por causa de uma das principais vias estar fechadas por conta dos jogos olímpicos de futebol que estão acontecendo – também – aqui em Brasília, mesmo com a agoniazinha e o medo de fazer merda. Não só dirigi sozinha, como saímos (o carro e eu) ilesos dessa operação. Amém!
Falando sério, o que teve de bom?
Domingo foi dia de preguiça, como todo bom fim de semana. Mas, em geral, domingo é o dia em que a gente mais tem motivação pra fazer comida. Seja porque a gente já vai pensando que a semana vai ficar mais leve se a gente tiver comidinha pronta, pelo menos, para os primeiros dias, seja porque é o dia em que a gente tem feito as coisas do #Gurmê (e isso tá errado, porque era pra gente aproveitar que tem vendido bastante pra vender ainda mais, mas…).
Essa semana faz um ano que nós mudamos para o nosso apartamento e, mesmo que inconscientemente, estamos fazendo várias coisinhas que eram quase habituais um ano atrás. Uma delas foi a comida que nós fizemos no domingo: risoto de calabresa com queijos. Aqui em casa nós somos um pouco de época, e acho que isso veio de mim que tenho mania de fazer isso com tudo: eu conheço uma comida nova, me apaixono por ela, como até enjoar, daí eu enjoo e passo meses sem querer ver na frente.
Foi o que aconteceu com o risoto. Acho que chegou à um ponto em que a gente comia com tanta frequência que cansou. Agora, já tinha bem uns meses que a gente não comia, tanto que já tem uns dois meses que nós compramos um pacote de arroz e ele permanece intacto e fechado, porque ainda tinha um restinho do anterior, no pote.
Humm, isso parece bom!
E é! A receita não tem muito segredo, e só não vou publicar aqui, por ora, porque quem prepara é a Larissa e eu só sei quais são os ingredientes, mas vou pedir assessoria pra ela e volto para atualizar o post. Como somos só nós duas e não pretendemos passar uma semana nos alimentando, exclusivamente, da mesma coisa, a gente costuma usar uma xícara de arroz de risoto, cebola, uma linguiça calabresa (média? Não sei exatamente como explicar!), 200 a 300g de queijo (em geral, a gente usa parmesão, provolone e gouda, misturados), temperos e vinho branco.
A cara é aquela, né, de risoto. Um arroz meio empapadinho, mas cheio de sabor. Vou falar pra vocês, até hoje não consegui encontrar um risoto “bonito”, não importa a montagem do prato. O lance do risoto é o cheiro, o sabor… O resto é desimportante!
E foi só isso?
Não, não foi. No domingo a gente aproveitou que tinha feito as compras do Gurmê e se matou de fazer pães de mel. 105, um recorde pessoal de fazeção de pão de mel em um mesmo dia. Mas precisava disso tudo?
Sim, precisava. E nem é porque a gente vende loucamente (apesar de que isso, grazadeus, tem acontecido!), mas porque a gente, ultimamente, precisa concentrar os esforços em um só dia. Os pães de mel duram, em média, 10 dias, mas a gente só vende até o 7º dia, pra garantir que ele ainda esteja fofinho e gostoso. (Só pra constar, só teve uma vez que a gente passou dessa quantidade de dias, isso porque sobraram uns 5 pães de mel!)
A novidade é que agora, além do recheio tradicional de doce de leite, nós estamos fazendo de prestígio e de brigadeiro. E eu tô quase abandonando o meu queridinho, de doce de leite, pra viver eternamente com o de prestígio.
brigadeiro on the making
prestígio on the making
Compensou a minha falta?
sinceramente, olha isso. como recusar?
Acho que sim, hein?! Fora que, vou mencionar, essa última foto dos pães de mel me deu um orgulhinho pessoal.
Ah, já deixo avisado que amanhã o post deve ser bem fraquinho, porque vou ter de postar do celular, mas não deixem de me amar.
Para não dizerem que nem avisei: hoje não tem post, mas amanhã eu volto.
Sim, esse post é basicamente para desencargo de consciência sobre o BEDA e postar todos os dias. O que se pode fazer? É que a vida adulta interferiu e tivemos uma série de atrasos, o que inviabilizou o texto de hoje. (Por exemplo, estou há meia hora tentando subir um vídeo no Youtube, e olha que a minha internet nem é das piores).
Me desculpem. Não deixem de me amar! Amanhã eu volto e ainda trago risoto e pães de mel.
(Sim, mais uma vez o post vai ao ar depois da meia-noite. ¯\_(ツ)_/¯)
Sobrevivemos à primeira semana: primeira semana do desafio, primeira semana de BEDA. Quase que bate um orgulho próprio, não fosse o fato de que sábado, apesar de não ter quebrado com as regras (nada de comer fora, nem de pedir comida), não foi exatamente uma coisa dentro do esperado.
Acho que eu comentei ontem (tenho certeza, olha aqui!) que estávamos com visita em casa. Sábado à noite, visita, conversas, video game, quem disse que a gente animou de fazer qualquer tipo de comida? Não mesmo! Como bons xóvens que somos, passamos a noite bebendo, jogando conversa fora e entupindo a cara (e as veias) com Doritos, Fandangos e, só pra arrematar, lá no fim da noite, até rolou uma quebradinha com queijo (isso é viciante, gente, sério!).
Não bastando nosso almoço, por pura preguiça e falta de tempo (a gente acordou tarde e a Lari tinha que ir trabalhar “cedo”) foi uma lasanha pronta da Sadia, que a gente tinha comprado no mercado para situações emergenciais como essa. Desculpa, sociedade, eu falhei!
Tsc tsc tsc, você acha isso bonito?
Ahn… Não! Mas também aprendi que a gente tem direito à dias de preguiça e junk food, então foi esse o lema aplicado ao dia de ontem.
Os planos para hoje, também, não saíram como o esperado: nada de menu da semana. Mas rolou muita comida e amanhã eu, prometo, vai ter um post bem mais legal e completo. E, sim, hoje o post vai ser curtinho porque amanhã eu preciso acordar cedo pra ir pro batidão e terminar de tomar minhas decisões difíceis (ah, a vida!), mas tenho esperanças de que essa seja uma semana melhor.
Matou a fome?
É engraçado usar esse parâmetro em um post como esse, mas matou. Matou a “fome” de ficar conversando e bebendo e comendo porcarias, matou a fome de dar risadas despretensiosas, matou a fome de parar o cérebro que vive à mil por hora.
Matou a fome. 9/10 (só porque eu me senti fail de não ter, exatamente, feito alguma comida. Mas ainda tem mais 22 dias no mês pra consertar tudo isso.
tó uma foto pra vocês ficarem felizes por mim
Spoiler alert
Essa semana tem: o dia em que nós fizemos três receitas de pão de mel, risoto da saudade e… sei lá, mas quando eu descobrir vocês também ficarão sabendo.
Sim, eu estou precisando de incentivos. Não de dinheiro, nem de publicidade (não que eu vá reclamar de qualquer um dos dois), mas de incentivos do tipo comentário, interação, etc. Essas coisas de gente carente da internet. Então, chega mais, deixa seu alô, fala da sua vida. Tem espaço aqui embaixo.
Chorei. Chorei muito. Chorei litros, baldes, horrores. E não é como se eu estivesse me usando da mesma desculpa por dois dias seguidos (“se eu não dormi, então o dia ainda tá valendo”), mas, gente, cês viram a abertura das Olimpíadas? Então deixa eu contar um pouquinho pra vocês de o motivo desse post estar tão atrasado.
Eu não gosto muito de esportes. Ver, até vejo; praticar, não é algo que me enche os olhos (sedentária, mesmo, mestre pokémon na hora do almoço, também). Mas eu gosto de uma boa cerimônia. Uma coisa bonita, bem feita, cheia de efeitos, apresentações. Tudo à que se tem direito. E daí, depois da abertura da Copa em 2014 que, sinceramente, preferia estar transando, não é como se eu tivesse grandes expectativas pra abertura da copa. Até domingo passado.
Porque um dos meus amigos lindos assistiu ao ensaio e só fez um comentário: foi arrepiante. (Ok, ele falou mais do que isso, mas eu tô resumindo porque tempo é dinheiro soneca mais longa. Acredito no bom senso e bom gosto dele, então, me preparei psicologicamente para que hoje eu precisaria: (1) estar em casa antes das 20h, (2) procurar um streaming em boas condições e (3) me dedicar à live tweeting, porque é pra isso que esses eventos servem.
Expectativa x Realidade
A realidade foi que eu saí do trabalho às 19h20, tendo que fazer um pit stop no meio do caminho pra poder entregar meu ex-celular para o novo dono e, só aí, correr pra cá. Só me toquei que já eram mais de 20h, quando um senhor na parada de ônibus assistia à abertura das Olimpíadas pelo celular. E eu fiquei, durante uns 5 minutos, tentando assistir com ele (que feio, né?!), até que tomei vergonha na cara e decidi que valia o gasto de todo o meu 4G do mês.
fiz um print da tela do celular porque chorei litros com isso? fiz sim, obrigada.
Foi assim. 36 minutos de streaming e eu gostaria de agradecer à Claro que, curiosamente-por-um-milagre-divino, colaborou pra que eu conseguisse pelo menos fazer isso. E vim no ônibus e no metrô chorando, rindo, cantando junto, xingando o Galvão que não calava a boca e, claro, chocando a sociedade (inclusive a mulher que estava ao meu lado no metrô, em dado momento, estava pronta pra me exorcizar – eu acho).
Cheguei em casa e joguei na TV pra poder ir acompanhando, enquanto ajudava a Lari a arrumar as coisas porque teríamos visita (spoiler alert: a visita deu pra trás). Entre uma garrafa cheia de água e outra, uma piada sem graça e outra (“Só veio Bermudas, porque as calças eram compridas demais” – Lari, aprendeu comigo! <3) e um comentário desnecessário e outro complexo, foram quase quatro horas de deleite (menos a entrada das delegações porque, ronc, preguiça).
Mas, e aí, comeu?
Daí você tá pensando: “ah, ela tá fazendo essa enrolação toda pra desviar do assunto e contar, lá no fim do post, em letras pequenas, que não sobreviveu à uma semana”. Bang! Na cara de vocês.
Mas devo dizer que a história da quebradinha de alguns dias à trás, bem que veio a calhar. Por quê? Simples. Ontem foi dia de comida francesa aqui em casa: restô dontê. Você pode não estar ligando o nome à iguaria, mas nada mais é do que o resto de ontem que você consome, com aquela cara de dúvida se o negócio ainda tá prestando ou não, mas tá tudo bem porque ou você tá com muita preguiça, ou você não quer desperdiçar (tive que consultar a Lari de como escrevia “desperdiçar”, só uma anotação pra ela poder me zoar mais tarde) comida – ou os dois.
repeti a foto mesmo, me processe! (não, gente, precisa disso não)
A comida de ontem foi o macarrão com molho de queijo e frango desfiado, que, na verdade, foi só o molho reaproveitado com um macarrão novinho. Então, eu fiz macarrão. Não sei se alguém se interessa por esse ponto específico mas eu faço macarrão assim: água, com óleo e sal; ferve; coloca o macarrão; segue o tempo indicado na embalagem; teje pronto menino macarrão.
E a comida? E a receita? Pode isso, Bial?
Não teve comida. Teve uma pseudo receita, aí em cima. E o Bial não manda em nada aqui, não (revoltada). Mas, como eu disse, eu já estava me preparando para esse momento e daí eu guardei a “receita” da quebradinha para um dia conturbado como esse.
Vou deixar a Lari explicar por mim, antes de mais nada, já que ela que me introduziu nessa vida:
Quebradinha é uma coisa maravilhosa, feita pelos elfos. Tem poderes mágicos.
Larissa, claramente uma entendedora do assunto
Eu usei essa frase dela porque (1) eu gosto de reproduzir as coisas engraçadas que ela fala e (2) porque não tem muito bem como explicar o que é quebradinha. rs Mas eu vou tentar. (Obviamente que existe uma explicação, mas eu não tenho conhecimento o suficiente pra me embrenhar nesse mato quase uma da manhã de sexta-feira-sábado em um post que, claramente, já está atrasado).
Quebradinha é uma “massa” feita à partir da tapioca assada, tal qual um biju, mas ela é mais fina e crocante. Aparentemente são feitas “folhas” enormes dessa massa que, depois, é quebrada (ahn, ahn, captou o nome?!) em pedacinho menores e consumidos, à sua moda.
quebradinha: antes
Muito antes de eu experimentar quebradinha, ouvi a Lari falar de quebradinha com queijo, quebradinha com leite, quebradinha com ovo, e ficava me perguntando como uma comida podia ser, assim, tão versátil. E é. Além de ser prática: no caso da quebradinha com queijo, é só ralar (ou colocar) o queijo em cima dos pedaços, 5/10 minutos no forno, o suficiente pro queijo derreter e… Pronto!
Já a quebradinha com ovo exige um pouco mais de trabalho: fazer os ovos mexidos e, quando eles estiverem quase prontos, adicionar os pedaços de quebradinha. Misturar e comer.
Matou a fome?
quebradinha: depois – 10/10
Eeeeeeeeeeentão, fica complicado votar nesse quesito, né?! Porque não é como se eu tivesse, de fato, comido quebradinha ontem e tal. Mas, via de regra, mata a fome sim. Mata tanto que têm dias de extrema preguiça que eu como a quebradinha pura. Só ela. Assim. E, ó, é uma delícia. E é 10/10 porque, né, versatilidade, gente. Michelle Visage approves.
Vai ser essa brincadeira agora, todo dia?
Não, não senhorx. A ideia é que, com o fim de semana chegando, eu consiga consertar essa burrada que eu fiz de atrasar posts (tipo postar às 5 pra meia noite de uma quinta-feira-quase-sexta) e já me preparar psicologicamente, com direito à cardápio (quem sabe, control freak mode on) para que essa semana a gente não precise depender tanto de “lanchinhos de gente preguiçosa”.
para compensar, uma foto da parada de ônibus lindinha que tem perto do meu trabalho. Gurulino
Olha, um milagre! Eu postando antes de meia-noite (ou de o dia virar!). Ainda estou psicologicamente me recuperando da abertura das olimpíadas e tô procurando um tempo pra rever a cerimônia e escrever um textão maravilhoso, cheio de sentimentos, mas hoje não é o dia, por motivos de que: temos visitas.
Vamos respeitar que eu mereço uma folguinha, apesar de que hoje eu já trabalhei, já repensei sobre a vida, fiz pseudo-planos para o futuro próximo e me preparei para receber o Bruninho, que é um amigo do ex-emprego. Então, hoje tá difícil de comidinhas, porque hoje é dia de beber!
Mas, Liz, e ontem?
Ah, ontem foi sexta-feira, aquele frenesi de Olimpíadas e arrumar a casa (lembrando que o post saiu à uma da manhã). Ainda assim, como a Lari tinha ficado de folga o dia todo, ela teve tempo o suficiente para baixar o app do Tastemade e ficar cheia de ideias de receitas pra gente fazer nos próximos dias.
O resultado disso foi que a gente, num ímpeto meio doido, resolveu testar uma receita porque a gente tinha todos os ingredientes. A escolhida foi a Torta de Bacon e Queijo, porque: (1) a gente tinha uma massa folhada que precisava ser usada, (2) bacon, (3) queijo! Fora que, né, era fácil.
Deu certo? Marrom. A ideia foi boa, a execução foi… meh, o sabor foi 100%.
Quero provas!
A receita é essa daí do link. Massa folhada, queijo, bacon e ovos. Simples assim. A montagem, na verdade, é que foi o maior problema, acho que dá pra notar por essa foto aí. Mas assim, ficou feia, mas bem intencionada.
A gente fez com parmesão, porque era o queijo que tava tendo, e foi um risco a se correr porque, né, parmesão é um queijo mais salgado, junta com o bacon, a possibilidade era que ficasse muito forte. Mas não ficou. Na verdade, fosse o ovo mexido um fio de ovos, ficaria igualzinho à um salgado de bacon e fio de ovos que a gente gosta muito de comer.
Olha só, detalhadamente. A cara ficou feia, mas quem vê cara não vê coração.
Matou a fome?
Matou. Bem matado. 10/10. (Tô achando que tô sendo muito liberal com essas notas, ou, talvez, eu só saiba escolher bem as receitas…)
Como ainda tinha um restinho de massa a ser usada, a gente fez uma mini tortinha, doce. Recheado com chocolate cookies and cream da Hershey’s.
Quando e digo mini é mini. Nota-se que nessa foto, essa torta tá bem no meio do prato e ela ficou pequenininha. Como era só pra mim e pra Lari (no fim, basicamente pra Lari, porque eu tinha ficado cheinha com a torta salgada), tava tudo bem. Fico bem gostosa, mas foi mais 8/10, porque o chocolate era muito doce.
Essa daqui mais detalhada, dá pra ver que o chocolate ficou bem derretidinho (tem um respingo de ovo ali que ficou bem amarelinho). Mas foi uma boa decisão.
Próximos capítulos
Já vou me denunciar: o almoço hoje foi lasanha congelada da Sadia, porque tinha pouco tempo e muita preguiça. Agora à noite, estamos aqui na bebedeira. Mas como amanhã é domingo, temos esperanças de criar aquele esquema das receitas para a semana, todas as coisas.
Mais cedo (bem mais cedo, na verdade), eu tava pensando sobre como é confuso escrever, ao mesmo tempo, sobre o dia anterior e o dia “atual”, em mesmo pé, como se fosse tudo um dia só. A minha ideia quanto aos posts do desafio serem sempre retroativos era simples: dava tempo pra eu me organizar, arrumar as fotos “bonitinhamente”, elaborar internamente o conteúdo do texto, toda essa coisa. Mas aí veio o assunto diário, o cotidiano, as novidades que perdem o timing se deixadas para outro dia/momento.
Hoje mesmo, por exemplo, eu não poderia deixar de falar sobre o Pokémon Go, principalmente porque daqui um ou dois dias, por mais que o vício das pessoas continue (ou aumente!), já vai ser notícia antiga (vivemos na era da Internet, do Twitter, das que vão embora tão rapidamente quanto vieram).
Acontece que nessa brincadeira de comida-de-ontem-assunto-de-hoje, eu estou 100% sem noção de tempo, sem saber qual o dia da semana e lutando contra mim mesma pra sobreviver ao mar de sono que me acomete (hoje, parcialmente, justificado).
A gente trabalha, mas a gente se diverte
Se tem uma lembrança que eu trago desde o primeiro dia nesse meu novo emprego é de todo mundo conversar sobre o lançamento do Pokémon Go. Veja só, um mês atrás (amanhã completo exatamente um mês de empresa!), nós já estávamos falando sobre isso. Alguns mais do que outros. Nas últimas semanas, então, o assunto era sempre esse. O Luis, desenvolvedor front end, dizia todos os dias que “se o Pokémon sair amanhã, eu venho à pé trabalhar”. E nada do Pokémon sair.
Aí que ontem, no meu horário de almoço eu vi uma matéria que afirmava, com fontes da assessoria de imprensa da Niantic (a desenvolvedora do jogo), que o jogo seria disponibilizado ainda naquele dia. (Ontem foi quarta? Socorro, Braseel, não sei onde estou!) No metrô, voltando pra casa, as mensagens começaram a pipocar no grupo. Houve até mudança no nome do grupo de trabalho!
Mas ontem meu dia foi cheio e minha última preocupação era com caçar bichinhos em realidade virtual. Já hoje… Hoje eu capturei três pokémons no curtíssimo espaço percorrido entre a parada de ônibus e o meu trabalho (o que pode ter me custado bem uns 10 minutos de atraso…) e daí, na hora do almoço, a brincadeira ficou séria. 10 minutos de almoço e eu e o Luis saímos para ir ao parque Olhos D’Água, um parque que fica bem próximo de onde a gente trabalha e que constava no mapa como uma mina de pokéstops e outros itens. Lá fomos nós!
Foram 45 minutos de andar no meio das trilhas, fazer amizade com outras pessoas (como a mocinha que queria saber o que ela tinha que fazer em um pokéstop que tinha onde ela estava – ela de um lado da cerca e nós do outro, dentro do parque -. Resposta: só rodar a bolinha da imagem até que ela libere seus itens de prêmio) e encontrar vários bichos (reais ou não). A gente encontrou até um pica-pau (e o que pode ter sido uma cobra ou um calango, não quis pagar pra ver).
Voltamos ao trabalho com, pelo menos, mais meia dúzia de pokémons, centenas de pokébolas e alguns quilômetros andados (o que não valia tanto na questão de chocar os ovos, porque como aprendemos com outro amiguinho treinador, para chocar os ovos, o jogo só contabiliza andar em “linha reta” – ou seja, se você, como nós, ficou andando em círculos, não adianta muita coisa).
e tinha um pokémon em cima da minha mesa no trabalho
10 minutos de “almoço”
O dever me chamou e eu fui caçar meus pokémons. O que foi bom, também, porque eu tinha negligenciado completamente o fato de que eu precisava fazer comida, caso contrário ia ter que acabar almoçando cup noodles hoje. Resultado: almocei cup noodles. O que, tecnicamente, não é exatamente uma violação às regras do desafio (eu tive que esquentar a água pra preparar o macarrão? e eu não o comprei especificamente porque não tinha comida, mas eu o peguei no armário de casa? Enfim…)
Isso não quer dizer, oh meu caro leitor, que não teve comidinha e que eu trapaceei fortemente, ainda no começo do desafio. Nananinanão! Muito pelo contrário. Não teve comida o suficiente pra levar de almoço, mas teve comida em casa. Ou melhor, teve lanchinho.
Se não tem tu, vai tu mesmo
Aqui em casa é “tradição”: a gente come pizza, praticamente, toda semana. Em geral, às terças-feiras porque é dia de pizza em dobro na Domino’s e, sério, vocês já comeram o dipps de canela deles? Such a heavenly way to die. E, sim, isso pesou quando eu decidi ficar sem comer fora. Como é que vive sem isso?
Então a gente precisava de planos alternativos, que iam desde a pizza congelada da Sadia, que já salvou muita bebedeira nessa casa, até fazer a nossa própria pizza (o que pode até ser que a gente tente novamente, mas as últimas várias tentativas não foram tão bem sucedidas quanto deveriam. A resposta veio em um formato singelo, mas cheio de história na nossa vida: pizza de frigideira.
Já comi muita pizza de frigideira. Muitas vezes, por diversos motivos, em diferentes épocas da vida. A mais recente remete ao começo do meu namoro com a Lari. Mais especificamente ao dia em que ela foi lá em casa conhecer minha mãe. Eu perguntei se ela estava com fome e fui fazer a pizza pra gente. Estávamos sentadas na bancada da cozinha que fica de frente para o quarto da minha mãe, e ela comendo com os olhos na porta. Olhando hoje, assim, é engraçado, mas na época foi tenso. Acho que a escolha do “prato” teve um quê de nostalgia, de lembrança, de resgate… Sei lá.
Mas como é que é isso?
É simples (e, mais uma vez, não tem receita, mas dessa vez a explicação é mais simples: não tem o que medir, é só jogar os ingredientes e ser feliz): existe uma massa pré-pronta, refrigerada, que vem em um saquinho escrito “Massa para pizza de frigideira”. Se é para comparar, parece um pouco com aqueles Rap10, mas nem se compara (e olha que eu gosto de Rap10).
essa meleca com o molho é a prova de que eu reprovei quando tava na pré-escola (ou de que sou incompreendida em meu próprio tempo)
Por que não existe receita? Porque você vai pegar uma massinha dessa, passar molho de tomate (ou usar o catchup como substituto. Recomendo, inclusive), colocar os recheios/sabores que você quer na pizza, colocar na frigideira, abafar, dar umas checadas de vez em quando e cuidar para não queimar. Depois disso é só pôr no prato e comer.
Vamos dar a minha opinião ~profissional~: quando você abafa a pizza (no caso coloca uma tampa sobre a frigideira), o calor fica retido ali dentro, assim a pizza cozinha por inteiro, derretendo o queijo (pizza sem queijo é uma infâmia, ok?!) e “ativando” a crocância da massa.
Matou a fome?
A fome matou, a vontade ainda persiste. Porque apesar dos pesares é uma coisa bem diferente. Pense em uma pizza, com aquela massa saborosa, cheinha, aquele monte de recheio… e daí você tem uma pizza fininha, em todos os sentidos, que a massa é quase que um pão folha. Frustra, gente. Mas serve pra encher o bucho, feliz.
Larissa, famintinha, comeu duas, inclusive.
Fim de semana tá chegando
Eu sei que, via de regra, meus posts tão terminando ali, na avaliação sobre matar ou não a fome, mas aí que eu tive outro pensamento interessante: o fim de semana tá batendo aqui na porta e isso é um problema. Muito pelo fato de que fim de semana a gente quer é descansar, ficar com as perninhas pra cima, tendo que sair de casa, quando muito, pra buscar o delivery na portaria. Mas essa semana não tem delivery. Só que precisa ter comida gostosa!